Como exposto na Introdução, o tema deste projeto de pesquisa incide sobre processos afirmação identitárias estabelecidos por populações tradicionais a partir de suas práticas alimentares. O objeto de análise foi construído no percurso de amadurecimento de pesquisas realizadas junto a agricultores familiares que habitam o Parque Estadual da Pedra Branca, quando percebi que o fato deste território estar situado em uma Unidade de Conservação, exigiu dos agricultores familiares a formulação de estratégias de reivindicação de permanência no PEPB.

Nascendo então a hipótese dos agricultores familiares do Rio da Prata empreenderem ações voltadas para reconhecimento de seu modo de vida, valendo-se do fluxo de visitação que ocorre no Parque, terem adotado um sistema alimentar como representante de seu patrimônio e memória para “outro”. Por conseguinte, o caso dos agricultores do Rio da Prata de Campo Grande, a instituição de políticas públicas que colocam sistemas alimentares na centralidade de divulgação da cultura de populações tradicionais e a reflexão trazida por Gonçalves (2007), subsidiaram a delimitação do objeto desta pesquisa. Desta forma, o presente projeto analisará processos de afirmações identitárias constituídos a partir de sistemas alimentares de duas populações tradicionais do estado do Rio de Janeiro, sendo elas: os agricultores familiares do Rio da Prata de Campo Grande e as pescadoras artesanais de Arraial do Cabo.

A candidatura do presente projeto justifica-se pela urgência na produção de conhecimento acerca de grupos culturais cujos modos de vida encontram-se em situação de conflito resultante do enquadramento do território por eles habitado em Unidade de Conservação.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas alimentares; Identidades culturais; Patrimônio; Memória; Turismo.